Sexo seguroSexo seguro é o sexo sem o risco de ser contaminado ou contaminar o(a) seu(sua) parceiro(a) com doenças sexualmente transmissíveis.
Esta segurança só poder ser atingida através do sexo monogâmico com
parceiro(a) sabida e comprovadamente sadio(a) ou quando o sexo é realizado sem o contato ou troca de fluidos corpóreos como esperma, secreção vaginal e sangue.
A segunda situação é obtida através do uso da camisinha, camisa-de-vênus, condom (do latim condare, que significa "proteger") ou preservativo.
É necessário observar que o uso da camisinha, apesar de proporcionar excelente proteção, não proporciona proteção absoluta (ruptura, perfuração, deslizamento, colocação inadequada etc).
É importante informar também que a proteção proporcionada pelo uso da camisinha é relativo nas doenças em que não ocorrem secreções genitais: Herpes, HPV, Sífilis, Cancro Mole, Pediculose do Pubis etc, uma vez que o agente transmissor pode estar localizado fora da área protegida pelo preservativo.
A camisinha é um objeto de material elástico, derivado da borracha (látex), relativamente resistente que envolve os genitais masculinos (mais usado) ou femininos durante o coito, impedindo o já citado contacto entre os fluidos corpóreos das pessoas que estão praticando o relacionamento íntimo.
Além da proteção contra as DST os preservativos constituem um método anticoncepcional seguro, quando usados adequadamente.
O mercado diversificou muito a industrialização das camisinhas. Hoje encontramos camisinhas texturizadas, com formatos especiais, coloridas, lubrificadas, com perfume, sabor, etc.
Pratique sexo seguroCAMISINHA - COMO UTILIZAREscolha uma marca de confiança. Carregue-a sempre com você. É recomendável ter uma ou mais unidades de reserva. Conserve-as protegidas do calor e utilize-as sempre dentro do prazo de validade.
Abra delicadamente a embalagem, cuidando para que esta operação não a danifique.
A colocação deverá ser feita com o pênis em ereção (duro). O prepúcio (pele) deverá estar tracionado e a glande (cabeça do pênis) exposta.
Deixe um pequeno espaço na ponta da camisinha. Isto é importante e pode ser conseguido comprimindo-se a extremidade da camisinha entre o polegar e o indicador e mantendo-os assim enquanto a coloca.
Encoste a camisinha enrolada na ponta da glande e desenrole-a até a base do pênis.
Se a camisinha não for lubrificada, utilize somente lubrificantes a base de água, os quais deverão ser aplicados sobre o pênis antes da colocação e/ou diretamente na camisinha após colocada.
Após o uso retire a camisinha. Dê um nó na extremidade aberta e jogue-a no lixo. Camisinha é descartável, deve ser usada somente uma vez.
No caso da camisinha romper-se ou sair durante o coito, despreze-a e coloque uma nova.
Gravidez e DST'sA gravidez não confere à mulher e seu bebê nenhuma proteção especial em relação às doenças sexualmente transmissíveis, podendo ela
infectar-se pelas mesmas doenças que acometem as mulheres não grávidas. Na gravidez, ao contrário, a mulher fica até mais suscetível à infecções pois, nesta condição, ocorre fisiologicamente (naturalmente) uma diminuição nos mecanismos de defesa do seu organismo.
Os cuidados em relação a uma possível contaminação por alguma DST devem ser redobrados pois, além de preocupar-se com a sua proteção, a mulher grávida deve dedicar-se a proteger também a criança que está sendo gerada, com um outro problema a ser também considerado, que é a limitação ao uso de alguns medicamentos no período gestacional, em razão de potenciais efeitos nocivos sobre o feto.
Muitas DSTs que afetam as mulheres são silenciosas, ou seja, não apresentam sinais ou sintomas, cursando sem a mulher saber que está doente, estando aí mais uma razão da importância da realização de um bom acompanhamento pré-natal.
Possíveis consequências para a mulher:
Uma grávida que "pega" uma DST pode apresentar, as seguintes possíveis consequências tanto para a gestação em andamento quanto para a sua saúde futura: parto prematuro, ruptura prematura da placenta, doença inflamatória pélvica (DIP), hepatite crônica, câncer do colo do útero, infertilidade etc.
Possíveis consequências para o bebê:
A mulher grávida pode transmitir para o seu filho (transmissão vertical) várias doenças adquiridas sexualmente. Essa transmissão pode ocorrer antes, durante ou depois do nascimento.
O vírus HIV e o treponema (agente da sífilis), por exemplo, podem infectar o feto ainda no interior do útero, em razão da sua capacidade de atravessar a placenta.
Outras DSTs, como a gonorréia, clamídia, herpes etc podem ser transmitidas para o bebê no nascimento, no momento de sua passagem pelo canal do parto.
O vírus HIV pode ainda ser transmitido ao bebê após o nascimento, através da amamentação.
As consequências para o bebê podem ser graves: conjuntivite, pneumonia, sepsis neonatal, cegueira, surdez, meningite, hepatite, baixo peso ao nascer, morte (natimorto) etc.
Pré-NatalAlguns destes problemas podem ser evitados se a mãe faz acompanhamento pré-natal de rotina, o qual deve incluir exames para detecção de DSTs no início da gravidez e, se necessário, repeti-los próximo ao parto. Outros problemas ainda podem ser evitados se a infecção for detectada no momento do parto.
Exames que devem ser feitos rotineiramente no início do pré-natal: sífilis, HIV, Hepatite, além de exames para detecção da gonorréia, clamídia, trichomonas etc
O Ministério da Saúde recomenda que sejam feitos pelo menos dois testes de HIV e de sífilis durante o pré-natal.
Tratamento:Doenças como a gonorréia, sífilis, tricomoníase, clamídia, assim como as vaginoses bacterianas, podem ser tratadas e curadas com antibióticos durante a gravidez.
Não há cura para as DSTs virais como herpes genital e HIV, mas o uso de medicamentos antivirais podem reduzir os sintomas nas mulheres grávidas.
As mulheres cujas provas de detecção da hepatite B foram negativas, podem receber vacina contra a hepatite B durante a gravidez.
Prevenção:A maneira mais segura da mulher evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis é o de ter uma relação duradoura, mutuamente monogâmica, com parceiro sabida e comprovadamente sadio.
As camisinhas, quando usadas corretamente, são muito eficazes para evitar a transmissão do HIV. Da mesma forma, podem reduzir o risco de transmissão de gonorréia e das vaginites ou uretrites não gonocócicas (infecção por clamídia, trichomonas, etc).
As camisinhas podem reduzir também o risco de transmissão de herpes genital, sífilis e cancro mole somente se a área infectante estiver protegida, isto é, recoberta pelo preservativo.
Embora se desconheça precisamente o efeito da camisinha na prevenção da infecção pelo HPV, há trabalhos médicos associando o uso do preservativo a uma taxa menor de câncer cervical, que é, como se sabe, uma patologia relacionada com a infecção por esse vírus.
Já existe vacina contra os tipos 6,11,16 e 18 do HPV, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos que não tenham a infecção. A vacina confere proteção contra os tipos de vírus citados acima, os quais são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero e 90% dos casos de verrugas (condilomas) genitais.
Na presença de lesões ativas do herpes genital, uma cesariana pode ser indicada com a finalidade de proteger o recém-nascido de uma possível contaminação na sua passagem pelo canal do parto.
Nos países desenvolvidos, a administração de drogas anti-retrovirais em paciente soro-positivas somados à indicação de cesariana programada e a proibição da amamentação materna reduziram significativamente a transmissão vertical do HIV, com a consequente diminuição da incidência de AIDS em recém-nascidos.
Sífilis ( cancro duro )ConceitoDoença infecto-contagiosa sistêmica (acomete todo o organismo), que evolui de forma crônica (lenta) e que tem períodos de acutização (manifesta-se agudamente) e períodos de latência (sem manifestações). Pode comprometer múltiplos órgãos (pele, olhos, ossos, sistema cardiovascular, sistema nervoso). De acordo com algumas características de sua evolução a sífilis divide-se em Primária, Secundária, Latente e Terciária ou Tardia. Quando transmitida da mãe para o feto é chamada de Sífilis Congênita.
O importante a ser considerado aqui é a sua lesão primária, também chamada de cancro de inoculação (cancro duro), que é a porta de entrada do agente no organismo da pessoa.
Sífilis primária: trata-se de uma lesão ulcerada (cancro) não dolorosa (ou pouco dolorosa), em geral única, com a base endurecida, lisa, brilhante, com presença de secreção serosa (líquida, transparente) escassa e que pode ocorrer nos grandes lábios, vagina, clítoris, períneo e colo do útero na mulher e na glande e prepúcio no homem, mas que pode tambem ser encontrada nos dedos, lábios, mamilos e conjuntivas. É frequente também a adenopatia inguinal (íngua na virilha) que, em geral passa desapercebida. O cancro usualmente desaparece em 3 a 4 semanas, sem deixar cicatrizes. Entre a segunda e quarta semanas do aparecimento do cancro, as reações sorológicas (exames realizados no sangue) para sífilis tornam-se positivas.
Sífilis Secundária: é caracterizada pela disseminação dos treponemas pelo organismo e ocorre de 4 a 8 semanas do aparecimento do cancro. As manifestações nesta fase são essencialmente dermatológicas e as reações sorológicas continuam positivas.
Sífilis Latente: nesta fase não existem manifestações visíveis mas as reações sorológicas continuam positivas.
Sífilis Adquirida Tardia: a sífilis é considerada tardia após o primeiro ano de evolução em pacientes não tratados ou inadequadamente tratados. Apresentam-se após um período variável de latência sob a forma cutânea, óssea, cardiovascular, nervosa etc. As reações sorológicas continuam positivas também nesta fase.
Sífilis Congênita: é devida a infecção do feto pelo Treponema por via transplacentária, a partir do quarto mes da gestação. As manifestações da doença, na maioria dos casos, estão presentes já nos primeiros dias de vida e podem assumir formas graves, inclusive podendo levar ao óbito da criança.
SinônimosCancro duro, cancro sifilítico, Lues.
AgenteTreponema pallidum
Complicações/ConsequênciasAbôrto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Infecções peri e neonatal. Sífilis Congênita. Neurossífilis. Sífilis Cardiovascular.
TransmissãoRelação sexual (vaginal anal e oral), transfusão de sangue contaminado, transplacentária (a partir do quarto mês de gestação). Eventualmente através de fômites.
Período de Incubação1 semana à 3 meses. Em geral de 1 a 3 semanas.
DiagnósticoPesquisa direta do agente nas lesões. Exames sorológicos (VDRL, FTA-ABS etc)
TratamentoMedicamentoso. Com cura completa, se tratada precoce e adequadamente.
PrevençãoCamisinha pode proteger da contaminação genital se a lesão estiver na área recoberta. Evitar contato sexual se detectar lesão genital no(a) parceiro(a).
Cancro MoleConceitoUlceração (ferida) dolorosa, com a base mole, hiperemiada (avermelhada), com fundo purulento e de forma irregular que compromete principalmente a genitália externa mas pode comprometer também o ânus e mais raramente os lábios, a boca, língua e garganta. Estas feridas são muito contagiosas, auto-inoculáveis e portanto, frequentemente múltiplas. Em alguns pacientes, geralmente do sexo masculino, pode ocorrer infartamento ganglionar na região inguino-crural (inchação na virilha). Não é rara a associação do cancro mole e o cancro duro (sífilis primária).
SinônimosCancróide, cancro venéreo simples, "cavalo"
AgenteHaemophilus ducreyi
Complicações/ConsequênciasNão tem. Tratado adequadamente, tem cura completa.
TransmissãoRelação sexual
Período de Incubação2 à 5 dias
DiagnósticoPesquisa do agente em material colhido das lesões.
TratamentoAntibiótico.
PrevençãoCamisinha. Higienização genital antes e após o relacionamento sexual. Escolha do(a) parceiro(a).
CandidíaseConceitoA candidíase, especialmente a candidíase vaginal, é uma das causas mais frequentes de infecção genital. Caracteriza-se por prurido (coceira), ardor, dispareunia (dor na relação sexual) e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos brancacentos, semelhante à nata do leite. Com frequência, a vulva e a vagina encontram-se edemaciadas (inchadas) e hiperemiadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo períneo, região perianal e inguinal (virilha). No homem apresenta-se com hiperemia da glande e prepúcio (balanopostite) e eventualmente por um leve edema e pela presença de pequenas lesões puntiformes (em forma de pontos), avermelhadas e pruriginosas. Na maioria das vezes não é uma doença de transmissão sexual. Em geral está relacionada com a diminuição da resistência do organismo da pessoa acometida. Existem fatores que predispõe ao aparecimento da infecção : diabetes melitus, gravidez, uso de contraceptivos (anticoncepcionais) orais, uso de antibióticos e medicamentos imunosupressivos (que diminuem as defesas imunitárias do organismo), obesidade, uso de roupas justas etc.
SinônimosMonilíase, Micose por cândida, Sapinho
AgenteCandida albicans e outros.
Complicações/ConsequênciasSão raras. Pode ocorrer disseminação sistêmica (especialmente em imunodeprimidos).
TransmissãoOcorre transmissão pelo contato com secreções provenientes da boca, pele, vagina e dejetos de doentes ou portadores. A transmissão da mãe para o recém-nascido (transmissão vertical) pode ocorrer durante o parto.
A infecção, em geral, é primária na mulher, isto é, desenvolve-se em razão de fatores locais ou gerais que diminuem sua resistência imunológica.
Período de IncubaçãoMuito variável.
DiagnósticoPesquisa do agente no material vaginal. O resuldado deve ser correlacionado com a clínica.
TratamentoMedicamentos locais e/ou sistêmicos.
PrevençãoHigienização adequada. Evitar vestimentas muito justas. Investigar e tratar doença(s) predisponente(s). Camisinha.
Herpes simples genitalConceitoInfecção recorrente (vem, melhora e volta) causadas por um grupo de vírus que determinam lesões genitais vesiculares (em forma de pequenas bolhas) agrupadas que, em 4-5 dias, sofrem erosão (ferida) seguida de cicatrização espontânea do tecido afetado. As lesões com frequência são muito dolorosas e precedidas por eritema (vermelhidão) local. A primeira crise é, em geral, mais intensa e demorada que as subsequentes. O caráter recorrente da infecção é aleatório (não tem prazo certo) podendo ocorrer após semanas, meses ou até anos da crise anterior. As crises podem ser desencadeadas por fatores tais como stress emocional, exposição ao sol, febre, baixa da imunidade etc.
A pessoa pode estar contaminada pelo virus e não apresentar ou nunca ter apresentado sintomas e, mesmo assim, transmití-lo a(ao) parceira(o) numa relação sexual.
SinônimosHerpes Genital
AgenteVirus do Herpes Genital ou Herpes Simples Genital ou HSV-2. É um DNA vírus.
Observação: Outro tipo de Herpes Simples é o HSV-1, responsável pelo Herpes Labial. Tem ocorrido crescente infecção genital pelo HSV-1 e vice-versa, isto é, infecção labial pelo HSV-2, certamente em decorrência do aumento da prática do sexo oral ou oro-genital.
Complicações/ConsequênciasAbôrto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Infecções peri e neonatais. Vulvite. Vaginite. Cervicite. Ulcerações genitais. Proctite. Complicações neurológicas etc.
TransmissãoFrequentemente pela relação sexual. Da mãe doente para o recém-nascido na hora do parto.
Período de Incubação1 a 26 dias. Indeterminado se se levar em conta a existência de portadores em estado de latência (sem manifestações) que podem, a qualquer momento, manifestar a doença.
DiagnósticoO diagnóstico é essencialmente clínico (anamnese e exame físico). A cultura e a biópsia são raramente utilizados.
TratamentoNão existe ainda tratamento eficaz quanto a cura da doença. O tratamento tem por objetivo diminuir as manifestações da doença ou aumentar o intervalo entre as crises.
PrevençãoNão está provado que a camisinha diminua a transmissibilidade da doença. Higienização genital antes e após o relacionamento sexual é recomendável. Escolha do(a) parceiro(a).
GonorréiaConceitoDoença infecto-contagiosa que se caracteriza pela presença de abundante secreção purulenta (corrimento) pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher. Este quadro frequentemente é precedido por prurido (coceira) na uretra e disúria (ardência miccional). Em alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os sintomas são mais brandos ou podem estar ausentes (maioria dos casos).
SinônimosUretrite Gonocócica, Blenorragia, Fogagem
AgenteNeisseria gonorrhoeae
Complicações/ConsequênciasAbôrto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Doença Inflamatória Pélvica. Infertilidade. Epididimite. Prostatite. Pielonefrite. Meningite. Miocardite. Gravidez ectópica. Septicemia, Infecção ocular (ver foto abaixo) , Pneumonia e Otite média do recém-nascido. Artrite aguda etc. Assim como a infecção por clamídia, é uma das principais causas infecciosas de infertilidade feminina.
TransmissãoRelação sexual. O risco de transmissão é superior a 90%, isto é, ao se ter um relacionamento sexual com um(a) parceiro(a) doente, o risco de contaminar-se é de cerca de 90%. O fato de não haver sintomas (caso da maioria das mulheres contaminadas), não afeta a transmissibilidade da doença.
Período de Incubação2 a 10 dias
DiagnósticoExame das secreções coradas pelo Gram e/ou cultura do mesmo material.
TratamentoAntibióticos.
PrevençãoCamisinha. Higiene pós-coito.
HPV ( codiloma Acuminado)
ConceitoInfecção causada por um grupo de vírus (HPV - Human Papilloma Viruses) que determinam lesões papilares (elevações da pele) as quais, ao se fundirem, formam massas vegetantes de tamanhos variáveis, com aspecto de couve-flor (verrugas).
Os locais mais comuns do aparecimento destas lesões são a glande, o prepúcio e o meato uretral no homem e a vulva, o períneo, a vagina e o colo do útero na mulher.
Em ambos os sexos pode ocorrer no ânus e reto, não necessariamente relacionado com o coito anal.
Com alguma frequência a lesão é pequena, de difícil visualização à vista desarmada, mas na grande maioria das vezes a infecção é assintomática ou inaparente (sem nenhuma manifestação detectável pelo paciente).
SinônimosJacaré, jacaré de crista, crista de galo, verruga genital.
AgentePapilomavirus Humano (HPV) - DNA vírus. HPV é o nome de um grupo de virus que inclue mais de 100 tipos. As verrugas genitais ou condilomas acuminados são apenas uma das manifestações da infecção pelo virus do grupo HPV e estão relacionadas com os tipos 6,11 e 42, entre outros. Os tipos (2, 4, 29 e 57) causam lesões nas mãos e pés (verrugas comuns). Outros tipos tem um potencial oncogênico (que pode desenvolver câncer) maior do que os outros (HPV tipo 16, 18, 45 e 56) e são os que tem maior importância clínica.
O espectro das infecções pelos HPV é muito mais amplo do que se conhecia até poucos anos atrás e inclui também infecções subclínicas (diagnosticadas por meio de peniscopia, colpocitologia, colposcopia e biópsia) e infecções latentes (só podem ser diagnosticada por meio de testes para detecção do virus).
Alguns trabalhos médicos referem-se a possibilidade de que 10-20% da população feminina sexualmente ativa, possa estar infectada pelos HPV.
A principal importância epidemiológica destas infecções deriva do fato que do início da década de 80 para cá, foram publicados muitos trabalhos relacionando-as ao câncer genital, principalmente feminino.
Complicações/ConsequênciasCâncer do colo do útero e vulva e, mais raramente, câncer do pênis e também do ânus.
TransmissãoContacto sexual íntimo (vaginal, anal e oral). Mesmo que não ocorra penetração vaginal ou anal o virus pode ser transmitido.
O recém-nascido pode ser infectado pela mãe doente, durante o parto.
Pode ocorrer também, embora mais raramente, contaminação por outras vias (fômites) que não a sexual : em banheiros, saunas, instrumental ginecológico, uso comum de roupas íntimas, toalhas etc.
Período de IncubaçãoSemanas a anos. (Como não é conhecido o tempo que o virus pode permanecer no estado latente e quais os fatores que desencadeiam o aparecimento das lesões, não é possível estabelecer o intervalor mínimo entre a contaminação e o desenvolvimento das lesões, que pode ser de algumas semanas até anos ou décadas).
DiagnósticoO diagnóstico é essencialmente clínico (anamnese e exame físico). Eventualmente recorre-se a uma biópsia da lesão suspeita.
TratamentoO tratamento visa a remoção das lesões (verrugas, condilomas e lesões do colo uterino).
Os tratamentos disponíveis são locais (cirúrgicos, quimioterápicos, cauterizações etc). As recidivas (retorno da doença) podem ocorrer e são freqüentes, mesmo com o tratamento adequado.
Eventualmente, as lesões desaparecem espontaneamente.
Não existe ainda um medicamento que erradique o virus, mas a cura da infecção pode ocorrer por ação dos mecanismos de defesa do organismo.
Já existem vacinas para proteção contra alguns tipos específicos do HPV, estando as mesmas indicadas para pessoas não contaminadas.
PrevençãoCamisinha usada adequadamente, do início ao fim da relação, pode proporcionar alguma proteção. Ter parceiro fixo ou reduzir numero de parceiros. Exame ginecológico anual para rastreio de doenças pré-invasivas do colo do útero. Avaliação do(a) parceiro(a). Abstinência sexual durante o tratamento.
Em 2006 foi aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a utilização da Vacina Quadrivalente produzida pelo Laboratório Merck Sharp & Dohme contra os tipos 6,11,16 e 18 do HPV, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos que não tenham a infecção. Esta vacina confere proteção contra os vírus citados acima, os quais são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero (tipos 16 e 18) e 90% dos casos de verrugas (condilomas) genitais (tipos 6 e 11).
Hepatite BConceitoInfecção das células hepáticas pelo HBV (Hepatitis B Virus) que se exterioriza por um espectro de síndromes que vão desde a infecção inaparente e subclínica até a rapidamente progressiva e fatal.
Os sintomas, quando presentes, são : falta de apetite, febre, náuseas, vômitos, astenia, diarréia, dores articulares, icterícia (amarelamento da pele e mucosas) entre os mais comuns.
SinônimosHepatite sérica.
AgenteHBV (Hepatitis B Virus), que é um vírus DNA (hepadnavirus)
Complicações/ConsequênciasHepatite crônica, Cirrose hepática, Câncer do fígado (Hepatocarcinoma), além de formas agudas severas com coma hepático e óbito.
TransmissãoAtravés da solução de continuidade da pele e mucosas. Relações sexuais. Materiais ou instrumentos contaminados: Seringas, agulhas, perfuração de orelha, tatuagens, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos, procedimentos de manicure ou pedicure etc. Transfusão de sangue e derivados. Transmissão vertical : da mãe portadora para o recém-nascido, durante o parto (parto normal ou cesariana). O portador crônico pode ser infectante pelo resto da vida.
Período de Incubação30 à 180 dias (em média 75 dias).
DiagnósticoÉ feito através de exames realizados no sangue do paciente.
TratamentoNão há medicamento para combater diretamente o agente da doença, tratam-se apenas os sintomas e as complicações.
PrevençãoVacina, obtida por engenharia genética, com grande eficácia no desenvolvimento de níveis protetores de anticorpos (3 doses). Recomenda-se os mesmo cuidados descritos na prevenção da AIDS, ou seja, sexo seguro e cuidados com a manipulação do sangue.
Infecção por ClamídiaConceitoDoença infecto-contagiosa dos órgãos genitais masculinos ou femininos. Caracteriza-se pela presença (pode não ocorrer) de secreção (corrimento) uretral escassa, translúcida e geralmente matinal. Um ardor uretral ou vaginal pode ser a única manifestação. Raramente a secreção pode ser purulenta e abundante. Se não tratada, pode permanecer durante anos contaminando as vias genitais dos pacientes. É importante saber que mesmo a pessoa assintomática (portadora da doença mas sem sintomas) pode transmiti-la.
SinônimosUretrite ou cervicite inespecífica, Uretrite ou cervicite não específica, Uretrite não gonocócica (UNG).
AgenteChlamidia trachomatis.
Complicações/ConsequênciasEpididimite, proctite, salpingite e sua sequelas (infertilidade), conjuntivite de inclusão, otite média, tracoma, linfogranuloma venéreo, bartolinite, doença inflamatória pélvica (DIP), gravidez ectópica etc. Assim como a gonorréia, é uma das principais causas infecciosas de infertilidade feminina.
TransmissãoRelação sexual. Fômites.
Período de Incubação1-2 semanas à 1 mes ou mais.
DiagnósticoPesquisa do agente em material uretral e/ou vaginal.
TratamentoAntibiótico oral e local (na mulher)
PrevençãoCamisinha. Higiene pós-coito.
HIV ( AIDS)
ConceitoSíndrome (uma variedade de sintomas e manifestações) causado pela infecção crônica do organismo humano pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus).
O vírus compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar sua tarefa adequadamente, que é a de protegê-lo contra as agressões externas (por bactérias, outros vírus, parasitas e mesmo por celulas cancerígenas).
Com a progressiva lesão do sistema imunológico o organismo humano se torna cada vez mais susceptível a determinadas infecções e tumores, conhecidas como doenças oportunísticas, que acabam por levar o doente à morte.
A fase aguda (após 1 a 4 semanas da exposição e contaminação) da infecção manifesta-se em geral como um quadro gripal (febre, mal estar e dores no corpo) que pode estar acompanhada de manchas vermelhas pelo corpo e adenopatia (íngua) generalizada (em diferentes locais do organismo). A fase aguda dura, em geral, de 1 a 2 semanas e pode ser confundida com outras viroses (gripe, mononucleose etc) bem como pode também passar desapercebida.
Os sintomas da fase aguda são portanto inespecíficos e comuns a várias doenças, não permitindo por si só o diagnóstico de infecção pelo HIV, o qual somente pode ser confirmado pelo teste anti-HIV, o qual deve ser feito após 90 dias (3 meses) da data da exposição ou provável contaminação.
SinônimosSIDA, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, HIV-doença.
AgenteHIV (Human Immunodeficiency Virus), com 2 subtipos conhecidos : HIV-1 e HIV-2.
Complicações/Consequências
Doenças oportunísticas, como a tuberculose miliar e determinadas pneumonias, alguns tipos de tumores, como certos linfomas e o Sarcoma de Kaposi. Distúrbios neurológicos.
TransmissãoSangue e líquidos grosseiramente contaminados por sangue, sêmem, secreções vaginais e leite materno.
Pode ocorrer transmissão no sexo vaginal, oral e anal.
Os beijos sociais (beijo seco, de boca fechada) são seguros (risco zero) quanto a transmissão do vírus, mesmo que uma das pessoas seja portadora do HIV. O mesmo se pode dizer de apertos de mão e abraços.
Os beijos de boca aberta são considerados de baixo risco quanto a uma possível transmissão do HIV.
Período de IncubaçãoDe 3 a 10 (ou mais) anos entre a contaminação e o aparecimento de sintomas sugestivos de AIDS.
DiagnósticoPor exames realizados no sangue do(a) paciente.
TratamentoExistem drogas que inibem a replicação do HIV, que devem ser usadas associadas, mas ainda não se pode falar em cura da AIDS.
As doenças oportunísticas são, em sua maioria tratáveis, mas há necessidade de uso contínuo de medicações para o controle dessas manifestações.
PrevençãoNa transmissão sexual se recomenda sexo seguro: relação monogâmica com parceiro comprovadamente HIV negativo, uso de camisinha.
Na transmissão pelo sangue recomenda-se cuidado no manejo de sangue (uso de seringas descartáveis, exigir que todo sangue a ser transfundido seja previamente testado para a presença do HIV, uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente contaminados). Não há, no momento, vacina efetiva para a prevenção da infecção pelo HIV.
É necessário observar que o uso da camisinha, apesar de proporcionar excelente proteção, não proporciona proteção absoluta (ruptura, perfuração, uso inadequado etc). Repito, a maneira mais segura de se evitar o contágio pelo vírus HIV é fazer sexo monogâmico, com parceiro(a) que fez exames e você saiba que não está infectado(a).
IMPORTANTENa condução do tratamento de uma DST é importante o controle de cura, isto é, a reavaliação clínica e laboratorial após o término do tratamento. Algumas doenças podem persistir apesar da sensação de melhora relatada pelo paciente. Este é também um dos riscos da auto-medicação pois o controle de cura adequado deve ser feito por um médico com vivência nesta área.
Na auto-medicação, além dos riscos de ingerir um medicamento inadequado e sem o conhecimento dos seus potenciais efeitos colaterais, corre-se o risco de camuflar ou mascarar a doença, quando o medicamento, por alguma de suas ações, promover apenas uma melhora dos sintomas, sem determinar a sua cura definitiva.
Cuidado com a "empurroterapia" praticada por balconistas de farmácia. Eu costumo dizer que a mesma equivale a uma "roleta russa" invertida...
As mulheres são mais susceptíveis a infecção e desenvolvem complicações com maior frequência do que os homens, sendo portanto a morbidade das DST maior nas mulheres.
É recomendável que imediatamente antes ou imediatamente depois de sua primeira atividade sexual, independente de sua idade, as mulheres iniciem seu acompanhamento ginecológico, o qual deverá ser no mínimo anual e pelo resto de sua vida.
Em geral, os agentes etiológicos das DST tem o trato genital humano como único reservatório e sobrevivem mal ou não resistem fora do corpo humano.
As doenças sexualmente transmissíveis persistem nas populações humanas caracterizadas por elevados índices de troca de parceiros sexuais.
Pesquisas de comportamento sexual identificaram que índices de maior aquisição de parceiros sexuais são mais frequentes:
-entre homens do que entre mulheres;
-entre os homossexuais masculinos do que entre os heterossexuais;
-entre as pessoas atendidas em clínicas de DST do que entre a
população em geral;
-entre adolescentes e adultos jovens do que entre os adultos mais velhos.
Já existe comprovação de que as doenças que causam úlceras genitais facilitam a transmissão do HIV.
A infecção uretral gonocócica assintomática parece resultar de uma condição estável entre parasita-hospedeiro e pode persistir por até 6 meses caso não seja tratada.
Até pouco tempo, o virus da Hepatite B era o único agente de DST para o qual existia vacina eficaz. Em 2006 foi aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a utilização da Vacina Quadrivalente produzida pelo Laboratório Merck Sharp & Dohme contra os tipos 6,11,16 e 18 do HPV, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos que não tenham a infecção. Esta vacina confere proteção contra os vírus citados acima, os quais são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero (tipos 16 e 18) e 90% dos casos de verrugas (condilomas) genitais (tipos 6 e 11).
Em alguns homens pode ocorrer a persistência dos sintomas de uretrite sem sinais objetivos da mesma. Uma secreção mucóide e clara (translúcida) persistente, não caracteriza anormalidade por si só e é relativamente comum mesmo após um tratamento adequado.
O controle (avaliação e tratamento) das(os) parceiras(os) é recomendável em todos os casos de DST.
As recorrências (retorno das manifestações) podem ocorrer e isso deve ser lembrado antes de se atribuir culpa a um(a) parceiro(a) "não confiável".
Um episódio de uretrite não imuniza a pessoa de infecções subsequentes.
Grande parte da lesões iniciais da sífilis passa desapercebida nas mulheres em função de razões anatômicas e pelo caráter não doloroso do cancro primário.
É cada vez mais frequente a associação de dois agentes causando uma uretrite ou vaginite. As associações mais comuns são :
Gonorréia + Uretrite por Clamídia
Gonorréia + Tricomoníase
Tricomoníase + Uretrite por Clamídia
Os programas de controle das DST tem caracteristicas comuns e visam :
-modificação do comportamento de risco
-promoção do uso dos preservativos
-tratamento dos casos sintomáticos
-detecção das infecções assintomáticas
-investigação dos contactos sexuais das pessoas infectadas
No Brasil, as estimativas anuais (Dados de 2003, segundo site do Programa Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde) de transmissão sexual na população sexualmente ativa são:
Clamídia 1.967.200
Gonorréia 1.541.800
Sífilis 937.000
HPV 685.400
Herpes Genital 640.000
Dados da mesma fonte informam que já foram identificados no Brasil cerca de 433.000 casos de AIDS do ano de 1980, quando foi diagnosticado o primeiro caso, até junho de 2006.
Na suspeita de alguma DST, consulte imediatamente seu médico, assim ele poderá investigar e lhe conduzir ao melhor tratamento de acordo com o caso.FIQUE ATENTA!
Imunologia da Reprodução
Quando a mulher se torna grávida, o embrião contém metade das informações maternas e metade de origem paterna. É preciso que ela reconheça estas informações (antígenos de superfície HLA) como estranhas e produza anticorpos que irão bloquear a resposta imune no útero, diminuindo a rejeição ao embrião. Esta causa de aborto habitual é conhecida como aloimune (imunidade à outro indivíduo).
A Imunologia da Reprodução estuda ainda as causas autoimunes (imunidade a si próprio). As causas autoimunes são reconhecidas a partir da detecção de autoanticorpos. Não há necessidade de encontrar doença autoimune ativa. Apenas a presença destes anticorpos no sangue materno é capaz de causar aborto de repetição. Existem ainda autoanticorpos que alteram a coagulação do sangue, formando pequenos coágulos. Esta condição é conhecida como Síndrome Antifosfolípide e seu diagnóstico é feito com a dosagem dos anticorpos antifosfolipídicos (principalmente a anticardiolipina e o anticoagulante lúpico).
Utilizando testes específicos, vamos identificar casais que podem estar concebendo normalmente e abortando, bem como aqueles que concebem com fertilização in vitro, mas não conseguem levar a gravidez adiante.
A Aloimune Imunologia da Reprodução irá delinear um protocolo de tratamento que induzirá a resposta imunológica apropriada na mulher, resultando em uma gravidez com sucesso. Uma vez estabelecida a gestação, a gestante será seguida paralelamente por seu obstetra e nossa equipe.
Categoria I
Fator Aloimune
Casais que compartilham o HLA-DQ alfa.
Falta ou produção insuficiente de anticorpos bloqueadores para a gravidez e a evolução é o aborto.
O tratamento para esta categoria é a Imunoterapia com Linfócitos Paternos.
Categoria II
Síndrome Antifosfolípide e Trombofilias HereditáriasPara o desenvolvimento da placenta e nutrição do embrião, é preciso uma conexão entre as células do embrião (trofoblastos) e da mãe (decídua).
Esta interação acontece por substâncias na superfície das células que se chamam fosfolípides. Se houver anticorpos antifosfolipídicos, esta interação não acontece de forma saudável, o que pode dificultar a manutenção da gestação. Há ainda uma tendência a formação de pequenos coágulos que dificulta a nutrição do embrião.
Isto pode ocorrer também quando há alterações genéticas que predispõe a formação destes coágulos. Estas alterações genéticas são conhecidas como trombofilias hereditárias. As mais importantes são: deficiência da Antitrombina III, da proteína C e S, as mutações dos genes da protrombina, do fator V de Leiden e da enzima metileno tetrahidrofolato redutase.
O tratamento para este problema é uso da aspirina infantil e Heparina.
Categoria III
Fator Autoimune
Presença de anticorpos contra o DNA ou produtos de degradação do DNA e isto se reflete em um resultado positivo para o Fator Anti-Núcleo (FAN).
O tratamento é a utilização de antiinflamatórios em baixas doses, como a Prednisona e Aspirina infantil.
Categoria IV
Anticorpos antiespermáticos.
O tratamento é inseminação artificial intra-uterina.
Categoria V
Atividade das células NK elevada
O tratamento é com Concentrado de Linfócitos Paternos e, caso a atividade dessas células continuem elevadas após sua administração, recomenda-se o tratamento com Imunoglobulina venosa (IgGIV).
Se você teve que se submeter a uma curetagem uterina, deve dispor de blocos de parafina com tecidos (placenta) que foram extraídos na curetagem no Departamento de Patologia do Hospital onde foi atendida. Realizando teste de imunopatologia pode ser determinado se a perda da gestação ocorreu por uma das cinco categorias de agressão imunológica. Este teste economiza dinheiro e elimina muitos dos exames de sangue que seriam necessários para diagnosticar um problema imunológico.
Se você já teve duas ou mais perdas gestacionais ou falhas em programas de reprodução assistida (fertilização in vitro com transferência de embriões), pode apresentar alterações imunológicas responsáveis pela infertilidade.
Mecanismo do Aborto / Mecanismo do Anti-Aborto
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Os exames necessários para uma avaliação complementar das causas do abortamento
de repetição e falhas em ciclos de fertilização in vitro.
PARA O CASAL
PARA A PACIENTE
Pesquisa de anticardiolipina e anticoagulante lúpico Fator antinúcleo (FAN) Antiperoxidase tireoideana e antitireoglobulina Pesquisa de Mycoplasma e Chlamydia no colo uterino Pesquisa de Streptococus beta hemolítico no colo uterino e na secreção vaginal Sorologia para toxoplasmose e citomegalovírus Prolactina sérica Glicemia de jejum e pós-prandial TSH e T4-livre Teste de Coombs indireto Dosagens de antitrombina III e das proteínas C e S Dosagens das células NK (CD-3, +16, +56) Pesquisa da mutação do gene do fator V de Leiden Pesquisa da mutação G20210A do gene da protrombina Pesquisa da mutação C677T do gene da metileno tetrahidrofolato redutase
Abortamento Habitual ou de RepetiçãoAborto é definido como a perda gestacional antes de 20 semanas de gravidez ou peso fetal menor que 500 gramas . Aproximadamente 20 a 30% das gestações diagnosticadas irão evoluir para aborto espontâneo.
Abortamento Habitual, Recorrente ou de repetição é definido como três ou mais abortos espontâneos consecutivos.
Pode ser classificado em primário (mulheres que não tiveram parto) ou secundário (mulheres que já tiveram pelo menos um parto).
O Abortamento Habitual acomete entre 1 a 3 % dos casais em idade reprodutiva. Estima-se que no Brasil, um milhão de casais sofrem deste problema. Na Bahia, deve haver cerca de 100 mil casais nesta condição.
Entre as causas descritas para etiologia do Aborto Habitual podemos dividí-las em:
1) Causas genéticas
2) Causas Endócrinas
3) Causas Anatômicas
4) Causas infecciosas
5) Causas Hematológicas (trombofilias)
6) Causas Imunológicas
7) Causas Ambientais
8) Causas Desconhecidas.
1) CAUSAS GENÉTICAS
3 a 6% dos casos.
A anormalidade mais freqüente é a translocação balanceada observada no cariótipo de um dos parceiros.
Outras anormalidades cromossômicas que podem ser encontradas são: mosaicismo sexual, inversão cromossômica e cromossomos em anel.
O aconselhamento genético é essencial nesses casos.
O tratamento pode ser feito com a avaliação genético pré-implantacional do embrião.
2) CAUSAS ENDÓCRINAS
5% das causas de Aborto Habitual.
A Insuficiência do Corpo Lúteo (produção diminuída de progesterona na segunda fase do ciclo) é a principal causa deste grupo.
A suplementação de progesterona é o tratamento mais indicado.
O Diabetes Melitus descontrolado pode ser uma causa rara de Aborto Habitual.
Doenças da tireóide (hiper ou hipotireoidismo) quando bem controladas não se relacionam com Aborto Habitual. Porém, a presença de anticorpos antitireoidianos estão intimamente relacionados.
Portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos têm até 44% de história de aborto espontâneo. A utilização da metformina reduz estas taxas.
3) CAUSAS ANATÔMICAS
1% a 10% dos casos de Aborto Habitual.
As causas anatômicas podem ser:
Malformações uterinas (útero bicorno, didelfo ou septado)
Insuficiência istmo-cervical (Incapacidade do colo de manter a gestação)
Pólipos uterinos
Sinéquias
Miomatose uterina
Alterações anatômicas são mais relacionadas com perdas gestacionais tardias, entre 12 e 20 semanas ou trabalho de parto prematuro.
O tratamento das causas anatômicas é cirúrgico na maioria das vezes.
4) CAUSAS INFECCIOSAS
É questionável a relação entre infecções genitais por clamídia, micoplasma e ureaplasma e a elevada incidência de aborto de repetição. Podem afetar a imunologia uterina, ativando as células NK. Estão envolvidas também como causas de abortamento, a listeriose e a brucelose.
Caso seja encontrado algum agente infeccioso em pacientes com história de Abortamento Habitual, deve-se utilizar antibióticos específicos. Esta abordagem pode reduzir os casos de rotura prematura de membranas, principalmente se for realizada cerclagem em colo uterino.
5) CAUSAS HEMATOLÓGICAS
Nos últimos anos, tem-se descrito uma relação entre distúrbios da coagulação, tendência à formação de trombos no organismo (trombofilias), e maus resultados gestacionais. Entre eles, abortos de repetição e infertilidade.
Entre as trombofilias descritas como tendo relação com abortos de repetição podemos destacar as hereditárias e adquiridas.
Dentre as hereditárias, deve-se investigar:
Mutação do gene da protrombina
Mutação da enzima Metileno tetrahidrofolato redutase
Fator V Leiden
Deficiência das proteínas C e S e da antitrombina III
A trombofilia adquirida é a Síndrome Antifosfolípide
O tratamento destas causas é pela administração de Aspirina e Heparina.
6) CAUSAS IMUNOLÓGICAS
66% das causas de Aborto Habitual
Podem ser divididas em causas auto-imunes, aloimunes e síndrome antifosfolípide.
O tratamento é feito com Concentrado de Linfócitos Paternos, Aspirina, Heparina e Imunoglobulina Venosa.
7) CAUSAS AMBIENTAIS
É descrita uma maior incidência de abortos espontâneos em pessoas com hábito de ingestão excessiva de café, álcool e tabagismo. É sabido também do efeito abortivo da radiação. Gases anestésicos também parecem elevar o risco de aborto. Exercício físico parece não estar relacionado como causa de aborto precoce. Microondas, ultra-som e terminais de vídeo parecem não elevar a taxa de aborto.
8) CAUSAS DESCONHECIDAS
Vale lembrar que ainda em torno de 20 a 40% dos casos de Aborto Habitual não é possível se determinar uma causa precisa, um campo vasto para novas pesquisas.
Fonte: Aloimune